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ENTREVISTA 

Adélia Carvalho

Amapá / Macapá

Entrevista realizada em Março de 2025.

Dramaturga, diretora, atriz e professora adjunta do Curso de Teatro da UNIFAP. Foi uma das vencedoras do Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por mulheres-MINC, com a Dramaturgia: Não corra!(2023) Fundadora da Cia teatral as Medeias em Ouro Preto-MG(1998). 

uma pessoa com cabelo curto e encaracolado grisalho, usando um colar e jaqueta rosa claro, exibe uma expressão calma em um fundo branco.

como o teatro entrou na sua vida?

O teatro entrou em minha vida em minha primeira experiência no teatro em um Grupo de teatro amador, na cidade de Mariana (Minhas Gerais)

Fale um pouco pra gente sobre sua trajetória no teatro até os dias atuais.

Comecei a fazer Teatro na cidade de Mariana(MG) aos 15 anos de idade, em seguida com o objetivo de me profissionalizar entrei em um Curso Técnico em Teatro em Ouro Preto (UFOP/IFAC)- 1998 onde me formei como atriz e fundei a Cia. Teatral As Medeias (1998) onde escrevi, dirigi e atuei em diversos espetáculos, além de criar a Escola Medeias de teatro espaço de formação inicial para atore. A Cia teatral As Medeias foi Ponto da Cultura 2009-2011.Atuo no Grupo Teatral ENCENA de Belo Horizonte desde 2009 como atriz, assistente de direção e dramaturgista. Cursei a Licenciada em Artes Cênicas pela UFOP – 2003; Mestrado em Estudos Literários UFMG - 2013.Doutorado em Artes EBA-UFMG – 2021. Fui professora Substituta no Curso de Teatro da UFMG-BH(2011 à 2013), Professora efetiva de Interpretação teatral do CEFART – Palácio das Artes BH (2016 à 2018) e atualmente sou  Prof.ª Adjunta do Curso de Licenciatura em Teatro da UNIFAP – Macapá-AP. Meus últimos trabalhos artísticos foram na função de dramaturgista e assistente de direção da peça: “Pequena Coleção de Frases em Tempos de Fundos Pensamentos”, do Grupo Teatral ENCENA-Belo Horizonte- MG em 2022, a publicação da dramaturgia: “O time perfeito” (2019) na coletânea “Por quê? Dramaturgias para infância e juventudes.” pela Editora Javali e a escrita do texto Não Corra! Pelo qual  fui uma das vencedoras do Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por mulheres. (Em minha Tese de doutorado: Casas dramatúrgicas: Material Criativo para ensino de dramaturgia falo mais detidamente sobre a minha trajetória artística).

O que você tem investigado ultimamente?

Teatros negros, Dramatugia, Ensino de dramaturgia, Interpretação Teatral e Direção Teatral.

Mulher sentada em uma cadeira de madeira em um fundo escuro, com expressão pensativa.

Peça Nicole Wolfman - Arquivo pessoal de Adélia

Durante sua trajetória no teatro você trabalhou com muitas sapatonas?

Sim. Trabalhei em cena com diversas atrizes sapatonas e iniciei a orientação de uma pesquisa acadêmica de uma estudante sapatão na UFMG, sobre a presença do Corpo Sapatão na sala de aula (mas, infelizmente a pesquisa não foi concluída) e atualmente orientei uma aluna em pesquisa na UNIFAP-AP Iara dos Santos Piris e estamos caminhando para uma pesquisa de TCC sobre produções de mulheres lésbicas no teatro em Macapá.

Você já atuou/trabalhou em outras peças com temática sapatão? 

Eu atuei, dirigi e escrevi a peça Nicole Wolfman. Escrevi o texto "A temporada" ainda não publicado, mas, com projeto de montagem para muito em breve.

Na sua opinião, qual a importância de se afirmar sapatão, nas coisas cria?

Para mim é essencial, principalmente porque como uma artista de 48 anos, casada à 24 anos e com 2 filhos (de 10 anos) levei muito tempo para assumir em cena essas questões, rodeei várias vezes, mas, sempre com muito pudor de tocar nas questões que me moviam a levar para a cena questões que se relacionassem, o que acontecia, muitas vezes, nas entrelinhas das escrituras (como ocorreu com o monólogo Nicole Wolfman). 

Conta pra gente uma memória, uma história, uma situação

Acho que receber meus filhos, em 2015 chegando pela adoção, foi o que mais me fez compreender a importância de registrar, afirmar e demonstrar orgulho de ser quem sou, eles têm muito orgulho em ter 2 mães e muita tranquilidade em compreenderões as demonstraç de afesto mais diversas. Acho que a importância de apresentar a eles, com orgulho a nossa existência foi um dos momentos que me fez compreender a minha responsabilidade enquanto artista de contar histórias silenciadas, coloca-las em cena com orgulho e afetividade e compreendendo o quanto nossas histórias têm pontos em comum, mas, ao mesmo tempo são muito diversas e por isso precisamos de mais de mais sapatão para conta-las.

"...compreender a minha responsabilidade enquanto artista de contar histórias silenciadas, coloca-las em cena com orgulho e afetividade e compreendendo o quanto nossas histórias têm pontos em comum, mas, ao mesmo tempo são muito diversas e por isso precisamos de mais de mais sapatão para conta-las.." ADÉLIA CARVALHO

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