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ENTREVISTA 

Marina Fantini 

Minas Gerais / São João del-Rei

Entrevista realizada em Março de 2025.

Marina Fantini, 23 anos, é natural de Ribeirão Preto/SP e residente em São João del Rei há 4 anos. É Bacharel em teatro pela UFSJ e atualmente mestranda no Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da UFSJ, onde desenvolve a pesquisa "Narrativas lésbicas na construção de novas dramaturgias". 
Marina é atriz e dramaturga do espetáculo "Amora", que teve sua estreia em Abril de 2024.

Três jovens em um palco escuro, possivelmente em uma peça teatral, com uma em uma cama, outra na beirada e um jovem de pé

como o teatro entrou na sua vida?

Eu fiz minha primeira aula de teatro com 8 anos e me encantei com isso de imediato. Desde os meus 8 anos, entre idas e vindas, nunca fiquei mais de um ano sem atuar ou fazer algum curso. Fiz diversos cursos na minha cidade Natal, em Ribeirão Preto, e depois vim fazer graduação em bacharel em teatro em Minas e me formei. Agora iniciei no mestrado em Artes Cênicas.

Fale um pouco pra gente sobre sua trajetória no teatro até os dias atuais.

Bom, como disse anteriormente fiz vários cursos principalmente de atuação, mas também de canto e produção no teatro, dentro da minha cidade através de diversos cursos gratuitos ou de bolsas que eu consegui. Depois de ter contato com minha professora e conversar muito com ela resolvi tentar fazer graduação em teatro e já estou formada. Atuei diversas vezes e estou atualmente com pausa no quesito atuação em teatro de fato pois estou me dedicando a pesquisa no mestrado.

O que você tem investigado ultimamente?

Minha linha de pesquisa é sobre histórias lésbicas que foram apagadas e entender como esse apagamento aconteceu e porquê.

uas mulheres com cabelos longos se beijando, uma com cabelo escuro e cacheado e outra com cabelo castanho claro e liso

Arquivo pessoal de Marina

Durante sua trajetória no teatro você trabalhou com muitas sapatonas?

Sim, principalmente ao entrar na faculdade. Antes da UFSJ eu tive contato com professoras sapatonas e pessoas da comunidade, mas quando entrei na Universidade foi onde eu mais tive contato, a maioria das mulheres que trabalhei são sapatonas ou se identificam com alguma letra da sigla.

Você já atuou/trabalhou em outras peças com temática sapatão? 

Eu fiz meu TCC da faculdade sobre uma peça de Romance clichê lésbico. A dramaturgia, que foi o que eu defendi, foi feita por mim. A criação se deu pela vontade e falta de ver essas histórias românticas cliches sendo feitas sobre um romance lésbico onde o final seria feliz, aonde as duas terminassem juntas. A reação do público foi muito boa e receptiva, acredito que isso se deu muito por ser, em sua maior parte, público estudantes ou frequentadores de teatro.

Na sua opinião, qual a importância de se afirmar sapatão, nas coisas cria?

É uma questão política, de se colocar nesse lugar e mostrar a representatividade em lugares que até então eram negados para gente. Se afirmar nas coisas que cria é confirmar o nosso pertencimento em diversos lugares.

Conta pra gente uma memória, uma história, uma situação

Eu tenho muito forte um relato que chegou depois da minha peça romântica lésbica, onde uma amiga que tinha uma relação conturbada com a mãe por conta da sua orientação sexual, que depois de ver a minha peça começou a usar dela pra se aproximar da filha. Pra mim isso só afirma que estou no caminho certo.

"...É uma questão política, de se colocar nesse lugar e mostrar a representatividade em lugares que até então eram negados para gente. Se afirmar nas coisas que cria é confirmar o nosso pertencimento em diversos lugares..." Marina Fantini 

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